22 de dezembro de 2015

Taxa de juros do cartão de crédito segue acima de 400% em novembro

A taxa média cobrada no cartão de crédito rotativo continuou acima da marca de 400% ao atingir, em novembro, 415,3%, informou o Banco Central nesta sexta-feira (27).
No caso do cheque especial, os juros ficaram em 284,8% ao ano no mês passado, acima do mês anterior, quando estavam em 278,1% ao ano. É o maior patamar desde junho de 1995, quando estavam em 283% ao ano, de acordo o BC.

Cartão de crédito
Os juros médios cobrados pelos bancos nas operações com cartão de crédito rotativo – a modalidade mais cara do mercado – também registraram alta em novembro, quando ficaram em 415,3% ao ano, contra 405,2% ao ano em outubro. O BC tem recomendado que os clientes bancários evitem essa linha de crédito.

Junto com o cheque especial, os juros do cartão de crédito rotativo são os mais caros do mercado. A recomendação de economistas é que os clientes bancários paguem toda a sua fatura do cartão no vencimento, não deixando saldo devedor, e que evitem também usar o cheque especial.
Alta dos juros básicos da economia
O aumento dos juros bancários acompanha a alta da taxa básica da economia, fixada pelo Banco Central a cada 45 dias para tentar conter as pressões inflacionárias.

A taxa veio subindo ao longo dos meses e vai terminar 2015 em 14,25% ao ano. Os números mostram que os bancos elevaram suas taxas de juros ao consumidor de maneira mais intensa.
Reportagem publicada recentemente pelo jornal norte-americano “The New York Times” diz que os juros praticados em algumas linhas de crédito no Brasil “fariam um agiota americano sentir vergonha”, citando os dos cartões de crédito.
Segundo um levantamento feito pela consultoria Economatica para a BBC Brasil, apesar da desaceleração econômica, a rentabilidade sobre patrimônio dos grandes bancos de capital aberto no Brasil foi de 18,23% em 2014 – mais do que o dobro da rentabilidade dos bancos americanos (7,68%).
Consignado, crédito pessoal e veículos
No caso das operações de crédito pessoal para pessoas físicas (sem contar o consignado), de acordo com o Banco Central, a taxa média cobrada pelos bancos somou 120,4% ao ano em novembro, contra 129,3% ao ano em outubro.

Ainda segundo o BC, a taxa média de juros cobrada pelas instituições financeiras nas operações do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) somou 28,4% ao ano em novembro. No mês anterior, ficou em 28%.
Segundo o BC, a taxa média de juros para aquisição de veículos por pessoas físicas, por sua vez, somou 25,9% ao ano em outubro e 26,2% ao ano em novembro deste ano.
Fonte: G1

Dólar recua para menos de R$ 4 ajudado por exterior e baixo volume

O mercado de câmbio tem uma sessão de ajuste nesta terça-feira (22), após a cotação do dólar ter superado R$ 4 na véspera. O movimento foi influenciado pela apreensão entre os investidores com a troca no comando do ministério da Fazenda.
O avanço de moedas emergentes no exterior contra a divisa americana também ajuda o real a se fortalecer nesta terça. O dia é marcada pelo baixo volume de negócios antes do feriado de Natal.
Às 12h50 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha desvalorização de 0,84%, para R$ 3,982 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, cedia 1,04%, também para R$ 3,982.
O dólar caía em relação a 15 das 24 principais moedas emergentes do mundo -o real era a terceira que mais ganhava força contra a divisa dos EUA, atrás apenas da rupia indonésia e do zloty polonês.
Na véspera, o dólar subiu quase 2% contra o real diante do temor do mercado é de que o novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, ceda a pressões do governo Dilma para dar apoio a medidas "extremas" em busca de fazer a economia voltar a crescer a qualquer custo.
Atuações do Banco Central no câmbio ajudam a reduzir a pressão sobre a cotação do dólar na sessão. A autoridade venderá nesta tarde até US$ 500 milhões com compromisso de recompra em 2016.
Leilões deste tipo fazem parte da estratégia do BC de fornecer recursos para a demanda sazonal de fim de ano, quando aumenta o valor enviado ao exterior para pagamento de dívidas e remessas de lucros, por exemplo.
A autoridade ainda deu continuidade nesta sessão aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 547,1 milhões.
No mercado de juros futuros, os contratos operam com sinais opostos na BM&FBovespa. O DI para fevereiro de 2016 subia de 14,279% a 14,280% às 12h50, enquanto o DI para julho de 2016 caía de 15,250% a 15,205%. Já o DI para janeiro de 2021 apontava taxa de 16,610%, ante 16,570% na sessão anterior.
Fonte: O Tempo

Desemprego teve a maior taxa para o mês desde 2008

Com a economia em recessão e pesados cortes de vagas, a taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do país foi de 7,5% em novembro, de acordo com a Pesquisa Mensal de Emprego divulgada nesta quinta pelo IBGE. Trata-se do pior novembro desde 2008 quando o índice foi de 7,6%. Por outro lado, o resultado foi melhor do que o registrado em outubro deste ano (7,9%). Ainda assim, é 2,7 pontos percentuais acima do mesmo mês do ano passado (4,8%). Agora, são 1,8 milhão de pessoas desocupadas nas seis regiões pesquisadas com 642 mil a mais na fila de emprego.
Segundo o IBGE, a indústria brasileira fechou 315 mil postos de trabalho em novembro, na comparação com o mesmo período do ano passado. O resultado corresponde a uma redução de 8,8% no quadro de funcionários do setor. Já o comércio varejista encerrou 140 mil postos no período, queda de 3,7%.
O rendimento médio dos trabalhadores, estimado em R$ 2.177,20, caiu. Frente a outubro, a baixa foi de 1,3% e, em relação a novembro de 2014, o recuo foi de 8,8% – disseminado em todos os locais analisados. De acordo com o IBGE, a queda de 8,8% do rendimento na comparação anual é a maior para o mês desde 2003, quando o rendimento caiu 10,7%.
Na comparação com novembro de 2014, houve crescimento da taxa em todas as regiões: em Recife, de 6,8% para 10,8% ; em Salvador, a taxa passou de 9,6% para 12,3%; em Belo Horizonte, de 3,7% para 6,1%; no Rio de Janeiro, de 3,6% para 5,9%; em São Paulo de 4,7% para 7,4% e, em Porto Alegre, de 4,2% para 6,7%.
Para CNI, pessimismo aumentou

Brasília. O pessimismo nas grandes empresas aumentou em dezembro com relação à demanda, compras de matérias-primas e número de empregados e é maior que o observado no mesmo mês de anos anteriores. É o que mostra a Pesquisa Sondagem Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI) divulgada nesta quinta.

O índice que trata da demanda ficou em 41,8 pontos em dezembro, bem abaixo dos 43,5 registrados em novembro. A expectativa para compras de matérias-primas caiu de 41,4 no mês passado para 40,5 neste mês. 


Fonte: O Tempo

Endividamento volta a subir e chega a mais de 60% das famílias

Depois de dois meses consecutivos de queda na comparação mensal, o nível de endividamento dos brasileiros voltou a crescer em dezembro atingindo 61,1% das famílias – resultado 0,1 ponto percentual superior aos 61% do nível de endividamento registrado em novembro e 1,8 ponto percentual superior ao de novembro do ano passado.
A constatação é da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que divulgou nesta terça-feira (22), o resultado da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic).
Segundo a CNC, apesar da sazonalidade favorável do período, com o recebimento do décimo terceiro salário, todos os componentes da pesquisa apresentaram alta, aumentando a proporção das famílias que relataram ter dívidas com cheques pré-datado e especial, cartão de crédito, carnês de lojas, empréstimo pessoal e prestação de carro e seguro.
A piora nos indicadores de endividamento e inadimplência ocorreu, segundo a economista da CNC Marianne Hansen, mesmo com a retração do consumo. “Observamos uma retração nos indicadores de consumo das famílias, sobretudo em relação aos bens duráveis, porém o aumento das taxas de juros e a redução do emprego e da renda real dos consumidores motivaram a piora nos indicadores de endividamento e inadimplência”, avaliou.
Na comparação mensal, o aumento do endividamento ocorreu somente no grupo de famílias com renda superior a dez salários. Nesta faixa de renda, a parcela de endividados ficou em 56% – alta de 1, 4 ponto percentual na comparação com novembro. Já entre as famílias que recebem menos de dez salários mínimos, o percentual teve ligeira queda, passando de 62,3%, em novembro, para 62,2% em dezembro.
A pesquisa constatou, ainda, que a proporção de famílias com contas ou dívidas em atraso alcançou neste último mês do ano o maior nível desde julho de 2012: 23,2%. Em novembro o percentual era 22,7%, e em dezembro de 2014, 18,5%.
Cartão de crédito
Os dados da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) indicam que 78,3% dos 18 mil entrevistados em todas as capitais e no Distrito Federal apontaram o cartão de crédito como o principal tipo de dívida.
O tempo médio de atraso entre as famílias com qualquer tipo de contas ou dívidas foi de 62,5 dias, com tempo de comprometimento da renda de 6,9 meses. Uma parcela de 26,5% dessas famílias afirmou ter mais da metade da renda mensal comprometida com o pagamento de dívidas.
Outro dado negativo: a parcela de famílias que declararam não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso e que, portanto, permaneceriam inadimplentes, aumentou de 8,5%, em novembro, para 8,7% em dezembro, ficando acima também dos 5,8% registrados em dezembro do ano passado.
A Peic é apurada mensalmente pela CNC desde janeiro de 2010. 
Fonte: O Tempo

21 de dezembro de 2015

Barbosa diz que governo vai propor idade mínima para a aposentadoria

O novo ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, reafirmou nesta segunda-feira (21), durante teleconferência com investidores nacionais e estrangeiros, que o governo brasileiro vai propor "definir uma idade mínima para a aposentadoria" e ajustá-la de acordo com a evolução demográfica da população brasileira.
Barbosa também declarou que o governo vai “fazer o que for necessário” para atingir a meta de superávit (economia para pagamento de juros da dívida). A meta fixada para 2016 é de 0,5% do PIB, cerca de R$ 24 bilhões. Depois da teleconferência do novo ministro, o dólar disparou e ultrapassou os R$ 4.
Nelson Barbosa toma posse do novo cargo nesta tarde, em Brasília.
Na sexta-feira (18), quando foi indicado para substituit o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa afirmou, em discurso no Palácio do Planalto, que o maior desafio da economia brasileira é o fiscal (as contas do governo).
"Hoje nosso maior desafio é o desafio fiscal, cuja solução depende somente do governo brasileiro", disse o ministro, em sua primeira fala depois de ser anunciado no cargo. "Somente com a estabilidade fiscal vamos ter um crescimento sustentável", afirmou na ocasião.
Nesta segunda-feira, o ministro da Fazenda disse aos investidores que o governo continua num esforço para controlar os gastos públicos e que insistirá, no ano que vem, em propostas de reformas, entre elas a da Previdência.
Para Barbosa, essa é a principal reforma a ser executada para reduzir os gastos do governo.
Investimentos
O ministro informou que a meda do governo, para o ano que vem, é estabilizar os investimentos públicos em relação a 2015. E que, num segundo momento, passará a elevar esses gastos, para incentivar a retomada do crescimento da economia de maneira mais acelerada.

Disse ainda que o governo vai adotar medias para criar as condições que levarão ao aumento do interesse estrangeiro no Brasil, entre elas mudanças em regulação e “adequação” do retorno aos investidores ao risco de investir aqui.

Confiança dos investidores
Questionado sobre o que o governo fará para ganhar a confiança dos investidores no atual cenário, Barbosa respondeu que isso está ligado à realidade macroeconômica e às oportunidades de negócio. E citou que o governo brasileiro pretende fazer, no primeiro semestre de 2016, leilão de vários projetos de infraestrutura.

Na semana passada, a agência de classificação de risco Fitch, rebaixou a nota de crédito do Brasil, para grau especulativo. Foi a segunda agência do tipo a anunciar essa medida desde setembro. 

Sobre as condições políticas do governo para aprovar as medidas do ajuste fiscal e para atrair os investimentos, Barbosa afirmou que o governo tem enfrentado dificuldades, mas tem todas as ferramentas para conseguir as aprovações no Congresso.

Pedaladas e reservas
Perguntado sobre o cronograma para pagamento da dívida com bancos públicos brasileiros por conta das chamadas “pedaladas fiscais”, Barbosa respondeu que o governo está no meio de discussões para definir a divisão dos valores que serão repassados neste ano e em 2016.

Segundo ele, o calendário de pagamento deve ser anunciado até o final desta semana.
“Pedaladas” são o atraso do governo no repasse de recursos do Tesouro para bancos públicos, como Caixa e Banco do Brasil, para o financiamento de programas como o Bolsa Família, o Abono Salarial e o Programa de Sustentação do Investimento (PSI).

Com o atraso, os bancos tiveram que financiar os programas com recursos próprios. O Tribunal de Contas da União (TCU) analisou as “pedaladas” realizadas entre 2013 e 2014 e concluiu que elas foram como empréstimos dos bancos ao governo, o que é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal. Ainda de acordo com o tribunal, a medida teve o objetivo de maquiar as contas públicas.

No dia 9 de dezembro, o TCU deu prazo de 30 dias para que o governo apresente um cronograma de pagamento dos valores devidos a bancos públicos.

Barbosa foi questionado ainda se considerava que o governo deveria utilizar as reservas para financiar investimentos. Ele disse que as reservas são um seguro contra choques internacionais na economia brasileira e que elas não devem ser usadas para financiamentos.

Troca de pastas
Nelson Barbosa, até então ministro do Planejamento, substituirá Joaquim Levy no comando do Ministério da Fazenda.

Com a ida de Barbosa para a Fazenda, ocorrerá uma segunda troca no primeiro escalão. O atual ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Valdir Simão, assumirá o Ministério do Planejamento.
Barbosa agradeceu a confiança da presidente Dilma Rousseff pela indicação ao cargo, e elogiou o trabalho de Levy à frente do ministério. "Gerou bastante resultados positivos", disse.
Fonte: G1

18 de dezembro de 2015

Recesso de final de ano


O S.T.I.M.M.M.E.U. informa que estará em recesso de final do ano, entes os dias 21 de dezembro de 2015 e 8 de janeiro de 2016.
Por isso, não será possível agendamento de homologações de rescisões de contratos de trabalho das empresas do segmento metalúrgico.
Nosso último dia de expediente, neste ano, será 18 de dezembro. O retorno acontecerá em 11 de janeiro de 2016.

FIQUEM ATENTOS(AS):

O STIMMMEU vai convocar os trabalhadores para uma manifestação com data e local a ser divulgada. O ato terá como objetivo apressar as negociações com o sindicato patronal.

STIMMMEU rejeita proposta dos patrões de apenas 7% de reajuste salarial

O Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos de Uberaba e Região (STIMMMEU) rejeitou a proposta de 7% de aumento, proposta pelo sindicato patronal, após a apresentação da pauta de reivindicações da categoria. Isso porque, segundo Aymar Dias, presidente do sindicato, a propostas foi rejeitada pelo sindicato dos trabalhadores, pois a inflação do período, que passa dos 9%, foi levada em conta.
O sindicato patronal informou que está apurando as negociações feitas na cidade de Belo Horizontem para considerar o reajuste em Uberaba. “Mas, não podemos seguir os mesmos reajustes, pois o piso salarial em BH é quase o dobro do nosso que até o momento é de apenas R$850,00, sendo esse valor considerado um abuso, pois na convenção não tem nenhum outro beneficio para os trabalhadores”, explicou Aymar Dias.
Além disso, algumas empresas, além de não conceder benefícios aos seus trabalhadores, também tentam violar seus direitos, os quais são garantidos por lei ou firmados em convenção. “Temos como exemplo, empresas que cortam o adiantamento salarial sem aviso prévio aos trabalhadores. Outras empresas não fornecem transportes, cesta básica e outros benefícios que poderiam ser oferecidos”, completou o dirigente do sindicato dos trabalhadores.

Manifestação

Dessa forma, o sindicato convoca todos os trabalhadores da categoria para uma manifestação, cuja data será definida em breve. O objetivo será reivindicar melhores condições de trabalho e mais atenção por parte do sindicato patronal com as negociações.
“Pedimos aos trabalhadores para unir-se ao STIMMMEU, para ganharmos força no intuito de adquirir novas conquistas. Enquanto dirigentes, estamos dispostos, juntamente com a classe unida, a levar adiante toda e qualquer manifestação com respeito e dignidade, para que possamos atingir todas as metas fazendo valer os direitos que são garantidos aos trabalhadores”, frisou a direção do sindicato.

Participação

O STIMMMEU não é formado somente pelos diretores e funcionários, mas principalmente pelos trabalhadores da categoria, que devem se preocupar e ficar atentos aos acontecimentos. “Por isso, pedimos que todos os trabalhadores da categoria possam acompanhar de perto as atividades do sindicato, participando de assembleias, reuniões ou até mesmo nos fazendo visitas para esclarecer qualquer dúvida que possa surgir no âmbito do trabalho”, completou Aymar Dias.
“Lembramos que, do mesmo jeito que nossos patrões precisam de nós para dar lucros às empresas, nós também precisamos deles para ter onde ganhar o nosso sustento, então nada mais digno sermos maleáveis uns com os outros, sempre com dignidade e respeito”, concluiu a diretoria do STIMMMEU.


15 de dezembro de 2015

No Brasil, 25% têm trabalho precário. No mundo, problema atinge 1,5 bilhão

Ao redor do mundo, 1,5 bilhão de pessoas têm trabalhos considerados vulneráveis. São imigrantes ilegais, trabalhadores do sexo, empregados em atividades perigosas (como os carvoeiros), domésticos, trabalhadores em condições precárias, sem proteção social e representação sindical. No Brasil, 25,1% dos trabalhadores estão nessas condições. Há ainda outro grupo de vulneráveis: trabalhadores que vivem com menos de US$ 2 por dia. No mundo, são 830 milhões e no Brasil, 3,4% dos trabalhadores. O relatório anual do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) deste ano teve como tema “Trabalho como motor do Desenvolvimento Humano”.
Jornada dobrada. A sorveteira Gorete Lima vende sorvetes das 17h às 2h do dia seguinte e vai dormir às 3h, mas precisa acorda às 7h – Efrém Ribeiro / Efrém Ribeiro
— É obvio que o emprego tem importância no desenvolvimento, mas não devemos olhar só para (a geração de) emprego, mas para a dignidade das pessoas — afirmou o representante do Pnud no Brasil, Carlos Benitez.
Na avaliação da organização, o Brasil está melhor que vários países porque tem uma agenda de trabalho decente. Além disso, deu um grande passo com a Lei das Domésticas, o que deve gerar ganhos de qualidade de vida nos próximos anos.
— Pela primeira vez, estão pagando o FGTS dos trabalhadores domésticos no Brasil. Era uma coisa inacreditável. Havia uma categoria de trabalhador diferente que não tinha direito a FGTS — ressalta a coordenadora do relatório no Brasil, Andréa Bolzon.
No Brasil, mais de 90% dos empregados domésticos são mulheres. Situação desigual que não é exclusividade brasileira. No mundo, mais da metade das mulheres têm trabalhos que não são considerados dignos.
204 MILHÕES SEM EMPREGO
No mundo, há 204 milhões de desempregados, um número praticamente igual ao da população brasileira. No país, a recessão tem provocado aumento do desemprego.
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— Há uma resiliência da sociedade brasileira (por causa dos benefícios sociais) para enfrentar a crise — diz Andréa.
A desigualdade no trabalho atinge diretamente as mulheres. Três em cada quatro horas de trabalho não remunerado no mundo são feitas por mulheres. Em Teresina, a sorveteira Gorete Lima inicia sua jornada às 7h cuidando da casa e preparando sorvetes que vende a partir das 17h em festas, onde fica até as 3h.
— São dez horas de serviço, a maior parte em pé para limpar a máquina e vender os sorvetes. É uma vida dura, mas foi assim que eu criei meus filhos.
Fonte: O Globo

14 de dezembro de 2015

Dirigente do Sindicato dos Metalúrgicos de Uberaba sofre perseguição feita pela empresa Black & Decker do Brasil



O dirigente sindical do S.T.I.M.M.M.E.U., Aymar Dias da Silva, está sendo vítima de perseguição feita pela empresa Black & Decker do Brasil. De acordo com o sindicalista, recentemente, ele foi surpreendido ao ser demitido por justa, com a alegação de que teria atrasado a apresentação de atestado médico, o qual o torna inapto ao trabalho, devido a problemas de saúde.
“A perseguição começou em 2013, quando passei a fazer parte da diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de Uberaba. Eu sempre fui um trabalhador dedicado e cumpri com todos meus deveres”, destacou Aymar Dias da Silva.
Afastado desde 2011, o dirigente sindical está com processo de aposentadoria por invalidez em andamento, aguardando apenas a decisão judicial. Além disso, no dia 20 de agosto deste ano, ele fez uma perícia por ordem da justiça. Após o INSS ter cortado seu benefício, ele recebeu um atestado médico indicando que não estaria apto ao trabalho e deveria permanecer afastado por tempo indeterminado.
Contudo, o médico da empresa desconsiderou esse atestado e em seu laudo tornou Aymar Dias da Silva apto para o trabalho. Ele, então, retornou à Black & Decker para trabalhar, mas as fortes dores o levaram ao ambulatório da empresa, que ao invés de encaminhá-lo ao INSS, fez ‘vistas grossas’. O sindicalista procurou outro médico da mesma especialidade, quem o atestou inapto para o trabalho.
Como a empresa se recusou a aceitar esse último laudo, o dirigente sindical enviou os atestados por e-mails e AR’s (correio) para a empresa. Como se não bastasse, a empresa o afastou por tempo indeterminado até que a justiça possa julgar a causa.
“Esse é um artifício usado pela empresa para lesar os direitos de cidadão do trabalhador, além disso, a empresa está cheia de processos trabalhista na justiça”, explicou o dirigente sindical.
Ele ainda fez um alerta aos trabalhadores que sofrem perseguições similares: “Corram atrás de seus direitos, pois a empresa não quer nem saber. Ela suga o trabalhador enquanto pode e na hora de dar uma assistência digna, simplesmente vira as costas e não quer saber. Ou seja, se você não produz mais, então não serve. Simplesmente assim, como se fossemos um monte de sucatas pronto para ser descartados”.

Dólar sobe e Bolsa cai após agência colocar nota do país em observação

O mercado financeiro repercute nesta quinta-feira (10) a decisão da agência de classificação de risco Moody's de colocar a nota de crédito do Brasil em observação para possível rebaixamento.
Os investidores já esperam que o país perca o selo de bom pagador concedido por outra agência de risco além da Standard & Poor's, que retirou o grau de investimento do Brasil neste ano, por isso o impacto da notícia é limitado.
A expectativa foi corroborada recentemente com o aval do presidente da Câmara, Eduardo Cunha, para abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. A crise política tem atrapalhado a aprovação de medidas fiscais consideradas essenciais para que o país consiga reequilibrar as contas públicas.
Às 12h45 (de Brasília), o dólar à vista, referência no mercado financeiro, tinha valorização de 1,16%, para R$ 3,771 na venda. Já o dólar comercial, utilizado em transações de comércio exterior, subia 0,85%, para R$ 3,773. Ambas as cotações registraram máximas na casa de R$ 3,78 nesta sessão.
Entre as 24 principais moedas emergentes do mundo, o dólar subia contra 15 -o real era a terceira que mais perdia força contra a divisa dos Estados Unidos, atrás apenas do rand sul-africano e do leu romeno.
Por ora, a nota de crédito do Brasil na Moody's permanece "Baa3", último degrau entre os ratings de "bons pagadores", segundo a escala da agência. A Moody's vai decidir se mantém esta avaliação ou se reduz a nota para grau especulativo em até três meses.
Um corte deixaria o país com grau especulativo em duas das três mais importantes agências de risco do mundo, o que forçaria grandes fundos a retirar investimentos alocados em ativos brasileiros. A saída de moeda estrangeira do Brasil encareceria ainda mais o dólar.
O governo teme que outra agência, a Fitch, também retire o selo de bom pagador concedido por ela ao país. A Fitch colocou a nota brasileira a um passo da perda do grau de investimento (perspectiva negativa) em outubro.
LEILÕES
O Banco Central do Brasil venderá nesta tarde US$ 500 milhões com compromisso de recompra em 2016.
Leilões deste tipo fazem parte da estratégia do BC de fornecer recursos para a demanda sazonal de fim de ano, quando aumenta o valor enviado ao exterior para pagamento de dívidas e remessas de lucros, por exemplo. O reforço de liquidez também reduz a pressão sobre a cotação da moeda americana.
A autoridade ainda deu continuidade nesta sessão aos seus leilões diários de swaps cambiais para estender os vencimentos de contratos que estão previstos para o mês que vem. A operação, que equivale a uma venda futura de dólares, movimentou US$ 549,5 milhões.
No mercado de juros futuros da BM&FBovespa, o DI para janeiro de 2016 caía de 14,160% a 14,150%. Já o DI para outubro de 2020 cedia de 14,240% para 14,230%, e o contrato para janeiro de 2021 apontava taxa de 15,780%, ante 15,680% na sessão anterior.
BOLSA EM BAIXA
O principal índice da Bolsa brasileira opera em queda nesta quinta-feira. O Ibovespa chegou a abrir em alta, mas inverteu a tendência ainda nos primeiros minutos de negociações nesta sessão. Às 12h45, tinha desvalorização de 1,09%, a 45.603 pontos. O volume financeiro girava em torno de R$ 1,8 bilhão.
A queda das ações da Petrobras ajudava a empurrar o índice para baixo. Na véspera, a agência Moody's rebaixou a nota de crédito da companhia pela terceira vez neste ano. Os papéis preferenciais da estatal, mais negociado e sem direito a voto, caíam 2,61%, para R$ 7,45 cada um. Os ordinários, com direito a voto, tinham baixa de 1,16%, a R$ 9,35.
Os bancos também operavam no vermelho, e ajudavam a sustentar a perda do Ibovespa. Este é o setor com maior participação dentro do índice. O Itaú cedia 0,62%, para R$ 28,79, enquanto o Bradesco mostrava desvalorização de 1,91%, para R$ 21,53. O Banco do Brasil recuava 2,92%, a R$ 18,25.
BTG
Fora do Ibovespa, as units do BTG Pactual caíam 7,03% às 12h45, para R$ 12,29. As ações da rede de drogarias Brasil Pharma, cujo maior acionista é o BTG Pactual, tombavam 13,37%, para R$ 5,25 cada uma.
Desde o dia 25 de novembro, quando o ex-presidente do BTG André Esteves foi preso no âmbito da Operação Lava Jato da Polícia Federal, as units do banco já perderam 60,15% de seu valor. Os papéis da Brasil Pharma cederam 73,03% desde então.
As ações da BR Properties caíam 0,84%, para R$ 8,22 cada uma. Em leilão intermediado pela corretora do BTG Pactual nesta sessão, um acionista da empresa se desfez de 19,78% do capital social da companhia.
Fonte: O Tempo