31 de março de 2016

Consumo de energia recua 5,1% em fevereiro, revela EPE


O consumo de energia elétrica continua caindo, segundo a Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Em fevereiro, quando a demanda foi de 38.495 gigawatts-hora (GWh), a queda de 5,1%, em comparação a igual mês do ano anterior, foi puxada pela retração da indústria, de 7,2%.

No setor, sobressaiu a redução do consumo na região Nordeste do País, de 11,5%, seguida do Sudeste (-8,5%) e do Sul (-7,4%).

Em comunicado, a EPE informou ainda que no segmento residencial foi registrada queda de 3,2% no mês passado, "puxado não só pela crise econômica como por temperaturas mais amenas, que reduziram o uso do ar condicionado".

Já no comércio, a retração foi a maior registrada desde 2004, de 4,8%. Pela primeira vez, a região Nordeste apresentou resultado negativo, de 1,7%.


Fonte: Hoje em Dia

Deixar para entregar o IR 2016 na última hora pode ser vantajoso


Apesar de não ser recomendado deixar para a última hora a entrega da declaração do imposto de renda, há casos em que é vantagem enviar nos últimos dias.

Quem entrega na última hora provavelmente recebe a restituição, caso seja devida, apenas nos últimos lotes. É que a Receita Federal analisa as declarações por ordem de chegada. Mas, ao deixar para a última hora, o contribuinte corre o risco de encontrar a rede congestionada. 

Há contribuintes, no entanto, que preferem arriscar e serem os últimos, pois o dinheiro da restituição é corrigido com base na taxa de juros Selic, que atualmente é de 14,25%.

Segundo o diretor-executivo da Confirp Consultoria Contábil, Richard Domingos, deixar para entregar a declaração nos últimos dias pode ser vantajoso para contribuintes que possuem valores a pagar ao governo, pois poderá postergar o início dos pagamentos da parcela devida.
“Também é interessante para quem não tem necessidade do dinheiro em um curto prazo de tempo, pois esse valor estará tendo rentabilidade com a taxa Selic, que é muito mais vantajosa do que a grande maioria das aplicações”, explica Domingos.
Segundo Carollyne Mariano, consultora da Atlas Investe, o contribuinte que recebe a restituição no último lote do imposto de renda poderá obter um rendimento de aproximadamente 8,65% (levando em conta a taxa Selic) que, comparado à poupança (com rendimento médio de 4,76%), terá um ganho superior a 180%. Se comparado com outras aplicações em renda fixa (rendimento de 5,68% em média), o ganho será 152,4% maior (veja na tabela).

“Essa regra não vale para quem está endividado e captando recursos no mercado financeiro, pois os juros cobrados em empréstimos e cheque especial é muito maior que os juros pagos pelo governo e bancos”, ressalta Carollyne.

Outro caso em que é vantajoso é se o contribuinte ainda não está de posse de todos os documentos necessários. “Contudo, nesses casos, é fundamental buscar essa documentação o mais rápido possível, pois em caso de não localizar, poderá ter que enviar a declaração incompleta, tendo que retificar posteriormente”, alerta Domingos.

Quando não é vantagem
Segundo Domingos, não é vantagem deixar para a última hora quando o contribuinte possui valores a serem restituídos e necessita do dinheiro para pagar contas ou para ajustar a vida financeira. “Nesse caso, o mais interessante é que se entregue o quanto antes, pois assim terá o dinheiro nos primeiros lotes e poderá utilizar para suas devidas finalidades”, diz.

Domingos alerta para que haja muito cuidado no preenchimento, pois, na pressa, erros poderão ocorrer, fazendo com que esse valor só seja pago após passar pela malha fina. “É importante alertar sobre o risco que muitas pessoas correm ao utilizar linhas de antecipação de imposto de renda, pois, caso se caia na malha fina, não receberá o valor no prazo e terá que arcar com os juros”, comenta.
Fonte: G1

31 de março: Aniversário do golpe militar de 1964

Hoje, dia 31 de março de 2015, faz 51 anos, que o Golpe Militar se instaurou no Brasil. Desde então, lutamos para que nosso país mantenha-se democrático. Quem viveu essa época sabe o quanto o povo brasileiro sofreu com a falta de liberdade, entre outros problemas. Saiba um pouco mais sobre:
A voz da intelectualidade se calou. O bom debate foi proibido, projetos suspensos, ideais engavetadas. O giz que traçava as linhas do pensamento não rabiscou mais o quadro negro. Negro também ficou o dia.
Com o regime militar que se instalou em 1964 e reinou por longos anos, professores e intelectuais brasileiros também foram presos, ameaçados e impedidos de difundir o conhecimento e de promover o que era uma promessa de transformação.
Alguns foram presos, espancados torturados física e psicologicamente, outros morreram dentro dos porões da ditadura. Alguns foram exilados, outros se auto exilaram. Alguns preferiram viver na clandestinidade lutando para derrubar o regime militar instaurado em 1964.
Universidades foram invadidas por tropas e pela policia. Equipamentos foram apreendidos e danificados. Fichários provas de alunos, históricos escolares foram destruídos e vandalizados.
A censura na rádio e na TV começou a se mostrar em todo o território nacional.
Depois do golpe militar de 1964 muitos educadores passaram a ser perseguidos em função de posicionamentos ideológicos. Muitos foram calados para sempre, alguns outros se exilaram, outros se recolheram à vida privada, e outros, demitidos, outros trocaram de função. Foram anos de chumbo o período entre 1964 e 1985. Ocorria no contexto uma disputa entre o mundo capitalista e o comunista.
Um golpe militar caracteriza-se pela tomada do poder de um país pelos militares, num golpe de Estado, instaurando um regime de ditadura militar com o pretexto de defender o país de interesses exteriores ou de ameaças interiores.
Quando o golpe militar aconteceu em 1964, algumas pessoas pensavam que aquela situação seria passageira. No entanto, ele veio com as mesmas características dos demais, ou seja, foi feito na "calada" da madrugada. Quando a população acordou os militares já estavam no poder.
A repressão que calou vozes criou um vazio que tornou cinzento os anos seguintes. Até os dias atuais estamos lutando para resgatar os valores perdidos como as organizações estudantis, os sindicatos e outros mais movimentos.
Em minha opinião acho que o Movimento Cívico-Militar representou muito para o povo brasileiro. 40 anos que os militares apagaram a luz do País. O Brasil ficou tão escuro que ninguém conseguiu enxergar o futuro.
Foi atendendo ao chamamento popular, trazido por multidões em passeata nas grandes cidades, que os militares deixaram os quartéis para livrar o País da desordem, da indisciplina e da corrupção que se alastravam, pondo em perigo as instituições.
O exercito ofereceu ao País, através de cinco presidentes generais, uma das maiores fases de desenvolvimento.
Nesse longo período da história brasileira, do chamado Regime Militar, o Brasil teve vários presidentes que governaram através de atos institucionais e complementares:
Governo Castelo Branco (1964 a 67),
Governo Costa e Silva (1967 a 69),
Junta Militar (de agosto a outubro de 1969),
Governo Médici (1969 a 74),
Governo Ernesto Geisel (1974 a 79),
Governo João Figueiredo (1979 a 85, quando começou a transição de volta à democracia).
Nos governos dos generais, o respeito a ética e aos padrões de moralidade com as verbas do Tesouro eram condições indispensáveis ao exercício da função pública.
Temos que reconhecer que foi na verdade, uma fase de trabalho dentro dos melhores princípios de honestidade, seriedade e segurança em beneficio da coletividade.
Mas apesar da brutalidade o legado histórico do golpe de 64 é positivo no campo do desenvolvimento econômico e tecnológico do País, especialmente para as classes dominantes, houve legados positivos: crescimento econômico e enorme concentração de riquezas, com a manutenção da ordem social e econômica estabelecida.
Agora para os trabalhadores que lutam para sobreviver e a maioria da sociedade, usufruíram apenas marginalmente daquele progresso, pois tiveram de enfrentar o arrocho salarial, o aumento das desigualdades sociais, a repressão aos opositores do regime, a restrição aos direitos e liberdades democráticas, a militarização das polícias que segue até hoje, a imposição de decretos-lei (origem das atuais medidas provisórias) etc.

30 de março de 2016

Seis em cada dez brasileiros não sabem o quanto devem

Praticamente seis em cada dez pessoas (58,9%) que estão com contas em atraso não sabem quanto devem. É o que revelou pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) divulgada nesta terça. Para piorar, 36% também não sabem a quantidade de empresas para que devem.
Entre as contas que levaram essas pessoas a ficarem com o nome sujo, o cartão de crédito é o maior vilão, mencionado por 43,4% dos entrevistados. Não é para menos. Dever ao cartão torna-se uma conta cada dia mais impagável: os juros do rotativo, quando a pessoa paga só o valor mínimo da fatura, chegaram a 447,5% ao ano no mês de fevereiro, segundo levantamento do Banco Central (BC) divulgado nesta terça. O juro do rotativo é a taxa mais elevada do crédito para a pessoa física e também a mais alta entre todas as avaliadas pelo BC, batendo até mesmo a do cheque especial. No caso do parcelado, ainda dentro de cartão de crédito, o juro subiu de 144,5% ao ano em janeiro para 145,6% em fevereiro.
“No cartão, é a terceira vez que me enrolo”, conta o carpinteiro Miguel Neto da Silva. Ele está inaugurando outra categoria de sofrimento para o consumidor: entrou pela primeira vez no cheque especial, modalidade de crédito cujo juro médio chegou, em fevereiro, a 293,3% ao ano.
Mesmo assim, ele não se arrepende por ter recorrido a essas linhas, tendo ficado oito meses desempregado. “Não teve jeito, precisei”. Ele não está sozinho. Ter ficado desempregado, ou ter tido um parente nesta situação, é a razão mais apontada pelos entrevistados na pesquisa do SPC para o não pagamento de contas.
Moderação. Já a operadora de telemarketing Raquel Gomes Alves diz que paga o cartão de crédito em dia. “Sempre tento pagar o total. E, quando parcelo, procuro no máximo dividir em três vezes. Não gosto de comprar a perder de vista. Sempre fui controlada”, conta Raquel, que pediu ao banco para bloquear o cheque especial.
Para ela, o que faz muita gente se endividar com o cartão são as pequenas compras, que são facilmente esquecidas. “As pessoas tendem a lembrar dos valores mais altos. Sei de muita gente que teve problemas com o cartão. Elas compram, muitas vezes, sem ter o dinheiro. Assim, só uso o cartão em último caso”, frisa. A pesquisa do SPC comprova a teoria dela: 9,9% dos inadimplentes entrevistados dizem que “foram comprando, e acabaram gastando mais do que deveriam”.
A funcionária pública aposentada Regina Lúcia Miranda disse que, neste mês, teve que usar o cheque especial. “Foi por causa das obras que estou fazendo”, diz, afirmando que usa com moderação. “Conheço muita gente endividada com o cartão, que vira uma verdadeira bola de neve. Os juros são exorbitantes. Assim prefiro usar o débito”, diz.
Feirão Limpa Nome começa nesta quarta em BH

Começa nesta quarta no Via Shopping Barreiro, em Belo Horizonte, a primeira edição presencial do Feirão Limpa Nome da Serasa em Minas Gerais. O evento, que vai até sábado, acontece no estacionamento do terceiro piso do centro de compras, das 8h às 18h.

Segundo a Serasa, Minas Gerais foi escolhido por ser o terceiro Estado mais inadimplente do país, com 5,5 milhões de pessoas com nome na lista de devedores, atrás de São Paulo e do Rio de Janeiro.

As pessoas com dívidas atrasadas com as empresas participantes poderão renegociar seus débitos com descontos especiais e novos prazos de pagamento. Conforme o último levantamento da Serasa Experian, o Brasil contabiliza 59 milhões de inadimplentes.

“A crise econômica e o consequente crédito mais escasso afetam o consumidor de maneira geral, mas prejudicam ainda mais quem está com o nome negativado”, diz a especialista em relações com os consumidores da Serasa, Karla Longo. Para fazer a negociação, é imprescindível levar CPF e um documento de identidade com foto (RG ou carteira de trabalho). 

Empresas
Veja algumas das empresas que vão negociar com devedores no feirao:
Bradesco Cartões, Bradescard, Cartões American Express, HSBC, Banco Pan, Recovery, Losango, Net, Claro, Embratel, Avista Cartões, grupo financeiro BMG

Fonte: O Tempo

Governo publica medida provisória que autoriza usar FGTS como garantia de consignado

O governo publicou nesta quarta-feira a Medida Provisória 719 que autoriza o trabalhador do setor privado a usar o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) como garantia em um empréstimo consignado, ou seja, com desconto na folha de pagamento. O interessado poderá usar até 10% do saldo do FGTS para esse fim.
Em caso de demissão sem justa causa, o trabalhador também poderá dar como garantia do empréstimo até 100% do valor da multa paga pelo empregador. Quando um empregado com carteira assinada é demitido sem justa causa, tem direito a receber uma multa de 40% do saldo acumulado do FGTS.
A medida faz parte do pacote de crédito de R$ 83 bilhões anunciado pelo Ministério da Fazenda no fim de janeiro com o objetivo de estimular a economia. Apenas com a garantia do FGTS, o governo pretende ampliar o estoque de crédito consignado em R$ 17 bilhões. Esse estoque fechou o ano passado em R$ 18,8 bilhões.
O objetivo da medida é ampliar o acesso ao crédito consignado, que tem juros menores, para os trabalhadores do setor privado. Segundo a Fazenda, esses empregados não conseguem acessar de forma plena esse tipo de crédito, da mesma forma que os servidores públicos.
Segundo a MP, o Conselho Curador do FGTS poderá definir o número máximo de parcelas e a taxa máxima mensal de juros a ser cobrada pelas instituições financeiras nas operações de crédito consignado. Já os procedimentos operacionais necessários para que a medida seja adotada serão definidos pela Caixa Econômica Federal, que é o agente operador do FGTS.
Fonte: Valor

29 de março de 2016

Juro do cheque especial atinge 293,9% ao ano e o dos cartões, 447,5%

A taxa do cheque especial chegou a 293,9 % ao ano, alta de 1,6 ponto percentual a relação a janeiro, informou nesta terça-feira (29), o Banco Central (BC). Os juros do cheque especial voltaram ao patamar recorde do início da série histórica, iniciada em julho de 1994 (293,9%).
A taxa do rotativo do cartão de crédito também subiu em fevereiro. O rotativo é o crédito tomado pelo consumidor quando paga menos que o valor integral da fatura do cartão. Essa é a modalidade com taxa de juros mais alta na pesquisa do BC. Em fevereiro, a taxa chegou a 447,5% ao ano, com alta de 8 pontos percentuais em relação a janeiro. Essa taxa do rotativo do cartão de crédito é a mais alta da série histórica, iniciada em 2011.
A taxa média das compras parceladas com juros, do parcelamento da fatura do cartão de crédito e dos saques parcelados, subiu 1,1 ponto percentual para 145,6% ao ano.
A taxa do crédito consignado (com desconto em folha de pagamento) subiu 0,2 ponto percentual para 29,5% ao ano. A taxa do crédito pessoal (sem operações consignadas) aumentou 4,3 pontos percentuais para 122,8% ao ano.
Famílias
A taxa média de juros cobrada das famílias subiu 1,6 pontos percentuais para 68% ao ano. A inadimplência do crédito, considerados atrasos acima de 90 dias, para pessoas físicas, ficou estável em fevereiro - comparada a janeiro - em 6,2%.
No caso das empresas, a taxa de inadimplência também não foi alterada, permanecendo em 4,7% em fevereiro. A taxa média de juros cobrada das pessoas jurídicas subiu 0,2 ponto percentual para 31,9% ao ano.
Esses dados são do crédito livre em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros.
No caso do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) a taxa de juros para as pessoas físicas recuou 0,2 ponto percentual para 9,7% ao ano. A taxa cobrada das empresas caiu 0,5 ponto percentual para 11,8% ao ano. A inadimplência das famílias ficou em 2,2%, alta de 0,1 ponto percentual, e das empresas subiu 0,1 ponto percentual para 1%.
O saldo de todas as operações de crédito concedido pelos bancos voltou a cair em fevereiro, quando chegou a R$ 3,184 trilhões, com redução de 0,5%, em relação a janeiro. Esse valor correspondeu a 53,6% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB), com uma redução de 0,4 ponto percentual em relação a janeiro.
Fonte: O Tempo

Queda da economia leva à redução de empréstimos dos bancos

O encolhimento da economia levou a uma queda no saldo do crédito ofertado pelos bancos a empresas e famílias. Em fevereiro, pelo segundo mês consecutivo, o saldo das operações de crédito recuou e fechou o período em R$ 3,184 trilhões. Em relação a janeiro, houve redução de 0,5%. O saldo do mês correspondeu a 53,6% de tudo o que o país produz – Produto Interno Bruto (PIB), queda de 0,4 ponto percentual em relação a janeiro. As informações foram divulgadas nesta terça-feira (29) pelo Banco Central (BC).
O chefe do Departamento Econômico do BC, Tulio Maciel, afirmou que no inicio do ano é comum haver menor expansão do crédito, porque atividade econômica é normalmente mais fraca. Mas, atualmente, a retração da economia leva à queda do crédito.
Projeções
Para o ano, o BC revisou a projeção de crescimento do saldo das operações de crédito de 7% para 5%. No caso do crédito livre, em que os bancos têm autonomia para aplicar o dinheiro captado no mercado e definir as taxas de juros, a projeção de expansão passou de 5% para 2%. A estimativa para o crescimento do crédito direcionado (empréstimos com regras definidas pelo governo, destinados, basicamente, aos setores habitacional, rural e de infraestrutura) foi alterada de 9% para 7%.
Em relação ao PIB, o crédito deve corresponder a 54%, abaixo da projeção anterior de 55%. No ano passado, essa relação ficou em 54,5%.
Os bancos públicos devem apresentar expansão do saldo dos seus empréstimos de 9%. A projeção anterior era 8%. Já os bancos privados nacionais devem ter queda de 1%. A projeção anterior era de crescimento de 2%. De acordo com as estimativas do BC, o saldo do crédito dos bancos privados estrangeiros vai crescer 4%, estimativa cortada pela metade em relação à divulgada em dezembro (8%).
Famílias
De acordo com o Banco Central, o recuo no crédito para as famílias foi influenciado, em fevereiro, pela redução nos gastos com cartão de crédito à vista. Em janeiro, comparado ao mês anterior, houve recuo 3,4% no saldo dessa modalidade. “Fevereiro é um mês de ajuste, depois das férias. Tem pagamento de impostos, material escolar. Com isso, há uma contenção de despesas de consumo. O número de dias úteis a menos também influencia nessa sazonalidade”, disse Maciel.
O chefe do Departamento Econômico do BC também destacou a queda no saldo dos empréstimos para a compra de veículos, que foi de 1,6% de janeiro para fevereiro deste ano. “A aquisição de veículos continua caindo de forma significativa. O ciclo de atividade impacta a renda. Mais do que isso, é uma modalidade que requer comprometimento de renda futura, por período importante, e aí os indicadores de confiança pesam. Em períodos de maior incerteza, há maior restrição por parte das pessoas em comprometer renda futura”, acrescentou. No total, o saldo do crédito livre para as famílias recuou 0,3%, em fevereiro.
Maciel também destacou a desaceleração do crédito imobiliário (uma das modalidades do crédito direcionado). Em fevereiro deste ano, o saldo dessa modalidade cresceu 0,5% em relação a janeiro. No mesmo período do ano passado, a expansão ficou em 1%. “É natural que, após crescimento expressivo [em anos anteriores], se tenha taxas de expansão menores. Mas teve elevação de taxas de juros do financiamento imobiliário. Isso tende a refletir também na evolução da carteira”, acrescentou.
Empresas
O crédito livre para as empresas também recuou no mês passado: 1%. A principal modalidade desse tipo de crédito, o capital de giro, recuou 1,3%. Maciel disse que o capital de giro com prazo inferior a 365 dias, concedido principalmente a pequenas e médias empresas, caiu 2,2%.“Isso reflete um encolhimento do crédito para esses segmentos. Há maior cautela na concessão diante desse quadro de incertezas e as próprias empresas têm maior cautela no comprometimento de receita futura”, disse.
Os dados do BC também mostram recuo no saldo dos empréstimos às empresas com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que caiu 1%, no mês. Segundo Tulio Maciel, o motivo para a retração é a elevação dos juros, a redução dos investimentos devido à conjuntura econômica e a menor demanda. Para ele, essa redução ainda está se intensificando.
Inadimplência
A inadimplência, quando são considerados os atrasos superiores a 90 dias, do crédito livre para as famílias ficou estável em 6,2%, em fevereiro em relação a janeiro. Para Tulio Maciel, os bancos estão mais seletivos na concessão de crédito e as famílias estão preocupadas com a gestão financeira e com maior cautela.
No caso das pessoas jurídicas, Maciel destacou que há uma tendência de aumento da inadimplência associada, principalmente, a pequenas e médias empresas. Para Maciel, a evolução “gradual” da inadimplência tem o aspecto positivo de fazer com que os bancos se preparem antecipadamente, aumentando as provisões (recursos reservados para casos de inadimplência).
Em fevereiro, a inadimplência das empresas no caso do crédito livre ficou estável em 4,7%, em relação a janeiro. No caso específico do capital de giro, houve aumento da inadimplência em 0,2 ponto percentual, com a taxa em 5%.
Fonte: O Tempo

Vendas em supermercados caem 1,61% de janeiro para fevereiro

As vendas do setor supermercadista tiveram queda de 1,61% em fevereiro na comparação com janeiro deste ano e alta de 2,92% em relação a fevereiro de 2015, de acordo com o Índice Nacional de Vendas da Associação Brasileira de Supermercados (Abras).
No acumulado dos dois primeiros meses deste ano, as vendas caíram 0,36%, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Em valores nominais, as vendas tiveram queda de 0,73% em fevereiro, comparadas às de janeiro, e alta de 13,64% com relação a fevereiro de 2015. No acumulado do ano, houve crescimento de 10,22%.
“Janeiro veio com um número negativo forte, mas fevereiro já apresenta um número melhor com relação ao ano passado. Mostra certa recuperação porque, apesar de muitos indicadores ruins, nosso varejo tem apresentado um número melhor do que vinha tendo. Sempre levando em consideração que em fevereiro tivemos carnaval e o ano bissexto, com um dia a mais no mês”, disse o presidente do Conselho Consultivo da Abras, Sussumu Honda.
A cesta de produtos Abrasmercado – que analisa 35 produtos de largo consumo – teve alta de 0,88%, passando de R$ 452,22 em janeiro para R$ 456,22 em fevereiro. Entre os produtos com as maiores altas estão: ovo (9,46%), a farinha de mandioca (7,31%), arroz (6,69%) e feijão (4,87%). As maiores quedas ficaram com tomate (-14,39%) e pernil (-4,73%).
“Houve influências pontuais em alguns produtos. Em janeiro e fevereiro, choveu muito em algumas regiões. O preço do arroz aumentou porque choveu no Rio Grande do Sul no momento da colheita e isso diminuiu a oferta”, disse o diretor de Relacionamento da GK, empresa que faz a pesquisa, Marco Aurélio.
A maior alta de preços foi registrada na Região Norte (4,18%). No Sul,  o aumento foi de 0,39%, seguido do Nordeste, com 0,28%, e do Sudeste, com 0,11%. No Centro-Oeste, houve queda de 0,93%.
Fonte: O Tempo

28 de março de 2016

Indústria brasileira vive clima de desalento

A produção industrial brasileira acumula queda de 8,7% nos últimos 12 meses até janeiro. É o maior recuo desde novembro de 2009, de acordo com dados da Pesquisa Industrial Mensal Produção Física Brasil (PIM-PF), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Embora em janeiro tenha ocorrido um leve crescimento de 0,4% em relação a dezembro de 2015 - interrompendo um ciclo de sete meses seguidos de quedas -, não há esperanças de uma recuperação consistente para o ano.

Com isso, a expectativa de analistas é que prossigam o fechamento de empresas em diversos segmentos da economia e as demissões de trabalhadores.

Na opinião de Pedro Wongtschowski, presidente do Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial (Iedi), entidade que reúne vários dos maiores industriais do país, "o cenário da indústria para os próximos dois anos depende muito do que vai ocorrer com a economia" ao longo do ano.

Pior desempenho

Estudo recente do Iedi constata que a indústria brasileira teve o pior desempenho entre as principais economias globais no quarto trimestre de 2015.

A produção nacional recuou 12,4% na comparação com igual período do ano anterior, desempenho muito inferior ao da produção mundial, que registrou crescimento de 1,9%.

A produção da Rússia, país que também passa por grave crise econômica, teve queda de 5,7% no quarto trimestre. No Chile, houve recuo de 1,5%, e na Argentina de 0,9%.

O México apresentou crescimento de 2,2%. Na América Latina como um todo, a queda foi de 4%. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
Fonte: Hoje em Dia

Caixa sobe juros para financiamento da casa própria pela 1ª vez no ano

A Caixa anunciou nesta segunda-feira (28) que elevou os juros do financiamento da casa própria com recursos oriundos da poupança.
O reajuste deve ser seguido pelos demais bancos, já que a Caixa, que é o principal financiador de imóveis do país, serve de piso para o restante do mercado.
É a primeira vez neste ano que a Caixa aumenta o juros do financiamento. A última vez que o banco elevou as taxas foi em outubro do ano passado.
A taxa balcão (para clientes que não possuem relacionamento com o banco) para imóveis do SFH (Sistema Financeiro Habitacional) -que financia imóveis que custam até R$ 750 mil- passou de 9,90% ao ano para 11,22%.
Já para clientes com relacionamento com o banco os juros foram de 9,80% para 11%.
A taxa balcão para imóveis acima de R$ 750 mil, feitos pelo SFI (Sistema de Financiamento Imobiliário), passou de 11,50% para 12,50%, enquanto o juros para clientes que possuem conta no banco foi de 11,20% para 12%.
A medida passou a valer na quinta-feira (24), véspera de feriado, e as taxas valem para financiamentos concedidos a partir dessa data.
De acordo com a instituição bancária, as taxas de juros dos financiamentos habitacionais com recursos do Programa Minha Casa Minha Vida e do FGTS não sofreram alteração.
O aumento de juros ocorre no mesmo mês em que a Caixa elevou de 50% para 70% o limite financiado de um imóvel usado, menos de um ano após reduzir essa parcela devido à escassez de crédito via recursos da caderneta de poupança.
Neste mês, o banco também anunciou a volta da linha para a compra de um segundo imóvel, suspensa desde agosto do ano passado. As condições de crédito devem ser iguais às oferecidas na compra da primeira moradia.
Fonte: O Tempo

Brasil fecha 104 mil vagas de trabalho formais no pior fevereiro em 25 anos

O corte de vagas de trabalho com carteira assinada continuou forte em fevereiro deste ano. De acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), no mês passado as demissões superaram as contratações em 104.582 empregos.
Este foi o pior resultado para o mês de fevereiro desde o início da série histórica, em 1992, ou seja, em 25 anos. Até então, o maior número de demissões havia sido registrado em 1999 (78.030 vagas fechadas). Os números foram divulgados pelo Ministério do Trabalho nesta terça-feira (22).
Também foi o décimo primeiro mês seguido de fechamento de vagas com carteira assinada. O último mês com contratações acima das demissões foi em março do ano passado - quando foram criados 19,2 mil postos de trabalho.
A demissão de trabalhadores acontece em meio à forte queda do nível de atividade, com a economia em recessão. Para este ano, a estimativa do mercado financeiro é de uma queda de 3,6% no Produto Interno Bruto (PIB), após uma retração de 3,8% em 2015 - a maior em 25 anos.

Primeiro bimestre
No acumulado do primeiro bimestre deste ano, o país perdeu 204.912 empregos formais. No mesmo período do ano passado, 83.744 trabalhadores com carteira assinada foram demitidos.
Segundo o governo, o resultado dos dois primeiros meses deste ano também foi pior, para este período, desde o início da série histórica do Ministério do Trabalho, em 2002. Superou até mesmo as demissões do primeiro bimestre de 2009, ano marcado pela crise financeira (84.145 vagas fechadas.).
Os números de criação de empregos formais do primeiro bimestre, e de igual período dos últimos anos, foram ajustados para incorporar as informações enviadas pelas empresas fora do prazo no mês de janeiro. Os dados de fevereiro ainda são considerados sem ajuste.

Demissões em 12 meses
O Ministério do Trabalho informou também que, nos últimos doze meses, foi registrada a demissão de 1.706.695 trabalhadores com carteira assinada. Com isso, o total de trabalhadores empregados formalmente no país passou de 41,1 milhões, em fevereiro de 2015, para 39,48 milhões no mesmo mês deste ano.

Setores
No mês passado, quase todos os setores da economia demitiram trabalhadores, com exceção da administração pública, que contratou 8.583 pessoas.
O setor de comércio liderou o fechamento de vagas com carteira assinada em fevereiro deste ano, com 55.520 demissões - seguido pela indústria de transformação (26.187 vagas fechadas).
A construção civil fechou 17.152 postos formais em fevereiro, ao mesmo tempo em que o  setor de serviços registrou a demissão de 9.189 trabalhadores, segundo o Ministério do Trabalho.
Já a agricultura teve o fechamento de 3.661 postos de trabalho em fevereiro, enquanto que a indústria extrativa mineral demitiu 390 empregados no mês passado.

Números regionais
Segundo o Ministério do Trabalho, houve o registro de demissões em três das cinco regiões do país em fevereiro deste ano.
A região Nordeste foi a que teve mais trabalhadores demitidos no mês passado, quando 58.349 pessoas perderam o emprego. A região Sudeste, por sua vez, registrou a demissão de 51.871 trabalhadores, enquanto a região Norte contabilizou o fechamento de 7.834 vagas formais.
Já a região Sul abriu 8.813 empregos com carteira assinada no mês passado e, a região Centro-Oeste, apresentou um saldo de 4.659 vagas formais abertas.
O governo informou ainda que, entre os estados, apenas seis deles tiveram contratações em fevereiro.

Entre eles, estão o Rio Grande do Sul (+6.070 postos, devido a Indústria da Borracha, Fumo e Couros e da Indústria de Calçados), Santa Catarina (+4.793 postos, em razão da Administração Pública e Indústria Têxtil) e Mato Grosso (+3.683, pelo desempenho da Agricultura).

23 de março de 2016

Percentual de famílias endividadas cai para 60,3% em março, mostra CNC

O percentual de famílias endividadas em março mostrou a segunda queda consecutiva e chegou a 60,3%, informou a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).  O indicador, porém, é maior do que o observado em 2015, 59,6%. Em fevereiro, 60,8% das famílias tinham algum tipo de dívida.
De acordo com a economista da entidade, Marianne Hanson, o resultado “evidencia a retração do consumo, observada nos últimos meses, aliada a uma cautela maior do consumidor, que está atento às taxas de juros mais elevadas e ao cenário menos favorável do mercado de trabalho”, analisou, em nota.
Os cartões de crédito seguem no topo da lista dos tipos de dívida para 77,3% das famílias endividadas. Seguidos dos carnês, com 16,7%, e os financiamentos de carro, com 12%.
A pesquisa analisa as famílias endividadas com cheque pré-datado, cartão de crédito, cheque especial, carnê de loja, empréstimo pessoal, prestação de carro e seguro.
Do total dos que possuem dívidas ou contas em atraso, houve aumento de 23,3% para 23,5%, em relação a fevereiro. Já em comparação com março do ano anterior, a o total era de 17,9%.
O percentual de famílias que relatou não ter condições de pagar suas contas ou dívidas em atraso, permanecendo assim, inadimplentes, caiu para 8,3%, ante 8,6% em fevereiro, e 6,2%.
Muito endividadas
As famílias que se declararam muito endividadas também cresceu, de 13,8% em fevereiro para 14,3% em março. Em comparação com o ano anterior, o aumento foi de 3,7 pontos percentuais.

O tempo médio de atraso nas dívidas, segundo o levantamento, foi de 62,6 dias em março de 2016 – acima dos 59,9 dias de março de 2015.
Ainda de acordo com a pesquisa, o tempo médio de comprometimento com dívidas foi de 7,1 meses, sendo que 33,5%, por mais de um ano. Do total das famílias que têm dívidas, 24,1% destina mais da metade de sua renda mensal para o pagamento destas.
Fonte: G1

Prévia da inflação oficial é a menor para março desde 2012, diz IBGE

O Índice de Preços ao Consumidor - Amplo 15 (IPCA-15), considerado uma prévia da inflação oficial, recuou de 1,42% em fevereiro para 0,43% em março, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (23). Em relação ao mês de março, é o índice mais baixo desde 2012, quando ficou em 0,25%.

No acumulado dos últimos 12 meses, o índice foi de 9,95%, recuando dos 10,84% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores, segundo o IBGE. Em março de 2015, a taxa havia ficado em 1,24%.
Para os analistas do mercado financeiro, a o IPCA deve dar sinais de desaceleração ao longo do ano, já que eles preveem que o índice chegue no final de 2016 em 7,43%, segundo o boletim Focus mais recente. Ainda assim, o indicador vai permanecer acima do teto de 6,5% do sistema de metas do governo.
Alimentos
Os alimentos, responsáveis por 46% do índice do mês, mostraram significativa redução na taxa de variação, passando de 1,92% de fevereiro para 0,77% em março, de acordo com o IBGE. Entre os destaques com queda no preço estão o tomate (-19,21%) e a batata-inglesa (-4,61%). Já a cenoura (24,08%), as frutas (6,11%) e a farinha de mandioca (5,94%) continuam a registrar alta.

Energia elétrica e educação
A energia elétrica, que teve queda de 2,87%, exerceu o impacto mais expressivo no IPCA-15, devido, segundo o IBGE, à redução na cobrança extra da bandeira tarifária, que, a partir de 1º de março, passou dos R$ 3, da bandeira vermelha, para R$ 1,50, da bandeira amarela, por cada 100 kilowatts-hora consumidos.

As contas de energia de todas as regiões pesquisadas ficaram mais baratas, especialmente em Salvador, com queda de 5,85%.

Além da energia, outros itens contribuíram para a desaceleração do IPCA-15, como é o caso das passagens aéreas (-10,79%), e também do grupo Educação, que passou de 5,91% para 0,67%, deixando para trás a maior parte dos reajustes ocorridos nas mensalidades escolares.
Itens que subiram
No mês, o principal impacto individual no índice de 0,43% ficou com os combustíveis, onde a alta foi 1,23%. O preço do litro da gasolina subiu 0,82%, com a região metropolitana de Salvador na liderança, com 5,45%, enquanto o litro do etanol ficou 3,2% mais caro, também tendo Salvador na liderança, onde o preço do litro atingiu 9,27%.

Entre os demais itens que tiveram alta no mês, os destaques ficam com cigarro (3,26%), motocicleta (2,85%), TV, som e informática (2,11%), eletrodomésticos (1,89%), artigos de limpeza (1,49%), plano de saúde (1,06%), ônibus urbano (0,76%) e empregadio doméstico (0,72%).
Variações regionais
Na análise regional, as maiores variações foram em Goiânia (0,67%) e Porto Alegre (0,66%). O índice de Goiânia foi pressionado pelo resultado dos ônibus urbanos (8,19%), que refletiu o reajuste de 12,1% ocorrido em 6 de fevereiro, além da alta de 4,01% no litro da gasolina e de 4,94% no etanol. Em Porto Alegre, os alimentos aumentaram 1,73%, bem acima da média nacional (0,77%).

O menor índice foi registrado na região metropolitana do Rio de Janeiro (0,11%) onde os alimentos apresentaram variação de 0,21%, abaixo da média nacional (0,77%). Brasília vem em seguida no menor índice, em 0,19%. Salvador vem em terceiro, com 0,23%.

Fonte: G1

Desemprego chega a 8,2% e tem a maior taxa para fevereiro desde 2009


O desemprego no Brasil atingiu 8,2% em fevereiro, segundo informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quarta-feira (23). É a maior taxa para o mês desde 2009, quando chegou a 8,5%. Considerando todos os meses, é a mais elevada desde maio de 2009, que registrou 8,8%.
No mês anterior, o índice ficou em 7,6% e em fevereiro de 2015, em 5,8%.
De acordo com Adriana Beringuy, técnica de Trabalho e Rendimento do IBGE, o crescimento de 2,4 pontos percentuais da taxa de desocupação, entre fevereiro de 2015 e fevereiro de 2016, é o maior avanço anual para o mês na série, iniciada em março de 2002.
Ocupados e desocupados
A população desocupada cresceu 7,2% em relação a janeiro e alcançou 2 milhões de pessoas. Já na comparação com o mesmo mês de 2015, o aumento foi ainda maior, de 39%. Para os meses de fevereiro, o crescimento de 39% da população desocupada, na comparação anual, é o maior da série.

Em relação a janeiro, o número de desempregados só mostrou uma variação significativa na Região Metropolitana de São Paulo (13,5%). Já na comparação com fevereiro de 2015, esse contingente aumentou na maioria dos locais pesquisados, com destaque para São Paulo (52,7%), em uma ponta, e Rio de Janeiro (22,1%), na outra.
Se o número de desocupados aumenta, diminui a quantidade de pessoas empregadas. Segundo o IBGE, a população ocupada foi estimada em 22,6 milhões, uma queda de 1,9% em relação ao mês anterior - a maior baixa mensal desde janeiro de 2004. Diante de fevereiro do ano passado, o recuo foi de 3,%, o maior para o mês de fevereiro da série.
De acordo com Adriana Beringuy, o movimento de queda da desocupação em dezembro e posterior crescimento em janeiro e fevereiro “é uma trajetória já observada nos outros anos. O que tem de diferente é a mudança de patamar. De modo geral, a população ocupada sempre tende a cair em fevereiro, por outro lado, a população desocupada aumenta. O que tem de diferente agora nesse fevereiro? Esse 1,9% é a maior queda da população ocupada para o mês de fevereiro, esse é o diferencial.  O que temos de diferente nesse fevereiro? Uma acentuação da queda da ocupação”.
De acordo com ela, a queda da população ocupada no mês pesou mais do que o aumento do número de pessoas a procura de emprego, ou a população desocupada.
Desses empregados, o número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado chegou a 11,4 milhões e não mudou em relação a janeiro, mas frente a fevereiro de 2015 mostrou recuo de 4,1%.
Rendimento
A remuneração dos ocupados também recuou. O rendimento médio dos trabalhadores foi estimado em R$ 2.227,50 - valor 1,5% abaixo do indicado em janeiro e 7,5%  inferior a um ano atrás.

“Esse comportamento de queda do rendimento é algo recente. Se pegar todos os fevereiros entre 2004 e 2014, foram dez anos consecutivos de crescimento desse rendimento. Isso só foi interrompido no ano passado, quando não cresceu e acentua essa queda agora em 2016”, disse a técnica.
Sobre janeiro, o rendimento recuou no Recife (-4,6%), em São Paulo (-2,9%) e no Rio de Janeiro (-0,6%) e cresceu em Belo Horizonte (2,5%) e Salvador (0,6%). Em relação a fevereiro de 2015,o rendimento caiu em todas as regiões. Salvador teve a maior diminuição,  de 12,5%, e Porto Alegre, a menos intens, -5,3%.
Nível de ocupação
O nível da ocupação (proporção de pessoas ocupadas em relação às pessoas em idade ativa) estimado em fevereiro de 2016 em 49,8% para o total das seis regiões. O número ficou abaixo do registrado em janeiro (50,7%). Em fevereiro de 2015, o índice havia chegado a 52,3%.

“O cenário é diferente. Ainda que em termos numéricos a taxa se aproxime à taxa observada em 2009, por exemplo, o rendimento da população ocupada hoje ainda é bem maior do que a observava lá em fevereiro de 2009. A própria questão da carteira [de trabalho], hoje abrange aproximadamente 11,5 milhões de pessoas lá em 2099 isso estava na casa de 8 milhões. Apesar de estar havendo essa proximidade em termos de desemprego do que ocorria, variáveis que a gente costuma chamar de qualitativas ainda preservam características bem mais favoráveis do que as observadas em 2009.”
Fim da pesquisa
A Pesquisa Mensal de Emprego, que é realizada nas regiões metropolitanas de Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo e Porto Alegre, tem a sua última divulgação nesta quarta-feira. Ela será substituída pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad Contínua), que visita 211 mil domicílios em 3.464 municípios.

“É um momento bastante emocionante, histórico dentro da instituição. Essa pesquisa que foi implantada em 1980 completa agora 36 anos. Essa pesquisa nasceu pequena, tinha o objetivo de atingir pelo menos nove regiões metropolitanas, mas por questões de recursos, não foi possível. A partir de 2002, conseguiu fazer uma série de estudos para conhecer o perfil de mercado de trabalho. Ela vai ser substituída pela Pnad Contínua, que vem permitir que tenhamos a curto prazo informações do mercado de trabalho em nível nacional”, declarou Cimar Azeredo, coordenador de trabalho e rendimento do IBGE.

Fonte: G1